terça-feira, 27 de abril de 2010

TÉCNICA DO SEMINÁRIO

Definição de Seminário

Seminário vem de “semen” – semear a semente – o que parece indicar que
o Seminário deve ser uma ocasião de “plantar” idéias ou favorecer a sua germinação.
Por isso mesmo o Seminário não se limita a uma mera informação. Deverá ser uma
fonte de pesquisa e de procura de novas soluções para os problemas apresentados.

Diz J. Francisco Oliver que

“um Seminário é a reunião do professor e seus alunos com objetivo de fazer
investigações próprias sobre pontos concretos da ciência a que se dedicam.
Não porque todos os que passam pelo Seminário vão ser cientistas, mas,
pelo menos, o que já é muito, fi carão com espírito científi co. (1997:83)”.

2 - Objetivos de sua utilização

• O Seminário tem uma fi nalidade principal: a de introduzir o educando na
pesquisa, na sistematização dos fatos, estruturando-os adequadamente
para a sua apresentação clara e documentada.

• Identifi car e aprofundar o estudo sistemático de problemas.

• Capacitar o educando a estudar por si.

• Permitir o domínio da metodologia científi ca, conferindo assim aos participantes,
um espírito científico.


3 - Etapas


1ª ETAPA - Seria então a de preparação, onde o professor:

• Anuncia os temas;

• As datas de apresentação;

• Indica bibliografia ou trabalhos de pesquisa básica;

• Orienta os alunos na formação dos grupos e o número de elementos em
cada um deles (de 4 a 6 alunos no máximo);

• Discute com a classe as formas de apresentação e avaliação do Seminário.


2ª ETAPA - O professor será o orientador dando a assistência a todos os grupos e
fornecendo as fontes de pesquisa. As informações devem responder às seguintes
perguntas feitas aos alunos:

• que é? – aqui o professor indica o título de trabalho de pesquisa;

• Para que é? – objetivo da pesquisa tendo em conta os grupos que atuarão
no Seminário;

• Como é? – pontos que os alunos dos grupos devem atentar na pesquisa;

• Quanto é? – ou seja, duração em tempo da apresentação da pesquisa,
assim como o número de páginas do trabalho;

• Quando é? – data certa para que a pesquisa seja ultimada;

• Onde é? – que fontes de leitura são sugeridas.


O roteiro que o aluno poderá seguir nas suas pesquisas deve partir:

• Dos Dicionários, onde ele encontra o signifi cado das palavras;

• Das Enciclopédias, onde ele consegue informações gerais sobre fatos,
coisas ou acontecimentos e valores;

• Da Bibliografi a, indicada pelo professor para o assunto;

• Dos Catálogos das Bibliotecas, como subsídio complementar ao aluno
para encontrar outras fontes alternativas, não indicadas, às vezes, pelo
professor.


3ª ETAPA - É a culminância da técnica, apresentação oral dos trabalhos.
O professor, neste 3º momento, é apenas um observador atento do desenvolvimento
das apresentações.


Vantagens na sua aplicação


• O Seminário fornece não apenas informação como estimula a reflexão e
dá oportunidade para uma livre troca de pensamentos e experiências.

• Ensina a utilização de instrumentos lógicos de trabalho intelectual, posto
que os expositores logo perceberão que, para serem bem compreendidos,
precisam dizer com propriedade e através de todos os códigos de
comunicação àquilo que estudaram.

• Introduzindo um sentimento de aprofundamento de assuntos importantes,
desenvolve o trabalho de grupo autônoma e cooperativamente;

• Desenvolve, nos alunos, o poder de comunicação e a capacidade de
avaliação crítica;

• É uma técnica “rica”, dada à diversidade de apresentações e de tipos de
esquemas que os alunos são capazes de conceber, se bem estimulados
pelos professores;

• Os alunos, com o Seminário aprendem, através de pesquisas, o que é
importante à classe, a fi m de enriquecer o próprio sistema de aprendizagem



FUNÇÕES DOS INTEGRANTES DE UM SEMINÁRIO


APRESENTADOR / MEDIADOR: é o responsável pela apresentação do grupo à platéia e do conteúdo a ser desenvolvido, como também de cada integrante. Também fica a cargo do apresentador a finalização do trabalho e os agradecimentos (Faz o papel de porta-voz e relações públicas do grupo);

EXPOSITOR: após a apresentação, o conteúdo do seminário será dividido entre os expositores, que possuem a função de analisar e aprofundar o conhecimento sobre tema do seminário (o expositor tem que estar preparado para qualquer pergunta que o assunto possa gerar em seu público e deve evidenciar seus trabalho com argumentos convincentes e bem fundamentados);

DEBATEDOR: e aquele que após o momento de exposição, abre espaço para o debate (como o próprio nome diz), onde a plateia pode realizar perguntar e expor suas dúvidas ou opiniões (Se for o caso, pois há seminários que são apenas de caráter expositivo, ou seja, não possuem momentos para debates).


Observações importantes

  • Os integrantes dividem as funções do grupo, mas isto não quer dizer que cada integrante tenha uma função restrita; como estamos nos referindo a um trabalho em grupo, a atuação da equipe, auxiliando e ajudando é importante, pois o objetivo é o "êxito do grupo" e não o "êxito individual" apenas (num seminário, o individualismo não é bem visto. Portanto, todos devem conhecer o seminário na íntegra. Neste gênero se divide as funções, os conteúdos, jamais o conhecimento).

  • Seminário não é leitura e nem "decoreba". Os alunos devem expor o resultado de suas pesquisas e estudos sobre determinado tema. Para evitarmos o nervosismo ou o famoso "deu branco", os integrantes podem utilizar um recurso semelhante ao dos apresentadores de programas de televisão: a ficha de tópicos, lista ou pauta, que consiste em uma enumeração bem resumida do assunto que palestrante irá discorrer - tal ficha deve ser consultada durante o seminário, auxiliando cada integrante na organização de seu discurso oral, porém, que fique claro, "consultar" jamais deve ser confundido com "ler a ficha ao público", isto não!

Exemplo de ficha:

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Seminário: gêneros textuais
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Conto:
  1. Enredo: apresentação, conflito, complicação (progressão), clímax e desfecho;
  2. Estrutura da narrativa: tipos de narradores; personagens principais e secundárias, protagonismo e antagonismo;
  3. Subgêneros: conto de fadas; conto maravilhoso; conto popular em prosa; conto de mistério e suspense;
  4. Principais autores clássicos: Esopo, irmãos Grimm, La Fontaine, entre outros;
  5. Autores da atualidade: Ricardo Azevedo, Heloísa Prieto, Ganimedes José entre outros;
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  • Cuidado com a "postura" e com a "linguagem" durante a apresentação do seminário, pois a inadequação de ambas pode comprometer a seriedade e a credibilidade de seu discurso para com a plateia, levando-os a pensamentos do tipo "Será que eles sabem mesmo o que estão dizendo?" ou "Estão tão inseguros daquilo que dizem que desconfio que esta fonte seja confiável?". Os gestos devem acompanhar o raciocínio, devem estar em coerência com aquilo que o palestrante diz, não devem ser exagerados, nem utilizados em excesso. Agora, se o seminarista não possui um bom domínio da linguagem gestual, é melhor que segure uma caneta ou folha de maneira estratégica, pois, além de limitar os gestos, transmitirá até um certo "charme intelectual" (Só não coloque a caneta na orelha, isto é totalmente cafona e não contribui para a estética de sua apresentação).

  • Voz: em um seminário a altura e a velocidade da voz devem estar em equilíbrio para atender as necessidades do espaço e da plateia. A voz deve respeitar as pausas do discurso e realizar ênfases em palavras-chaves do mesmo, afim de chamar a atenção da plateia para determinado aspecto importante para o entendimento. Voz muito baixa causará desinteresse e incompreensão; voz próxima ao grito pode provocar irritabilidade e desconforto nos ouvintes e voz estática, sem variações ou ênfases em momentos oportunos, poderá causar enfado e, até mesmo, sono. Portanto, é imprenscindível que haja um ensaio entre os membros do grupo e uma avaliação destes quesitos pelos mesmos, antes da apresentação propriamente dita.
Bom seminário e boa sorte!!! Você vai precisar!!! Ah! Ah! Ah!

Fonte: http://arquivos.unama.br (Com adaptações)



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